A INFÂNCIA E O BRINCAR

 

 

AS FASES DA VIDA

O primeiro ano compreende uma fase em que o subjetivo (A subjetividade é o mundo interno de todo e qualquer ser humano. Este mundo interno é composto por emoções, sentimentos e pensamentos.) predomina, já que os movimentos são expressões advindas das emoções, das interações, onde bebês e adultos formam um canal privilegiado. O diálogo que há entre bebê e adultos nessa fase se caracteriza de modo afetivo, se dá por meio do toque corpóreo, pelas expressões com que adultos e crianças trocam experiências, pelo tom de voz que o bebê aprende a reconhecer rapidamente. Assim, eles aprendem cada vez que essas modulações de voz e expressão se manifestam a eles e, suas reações, se fazem sentir criando e imitando.

A criança também começa a conquistar domínio sobre seu corpo, aprende a virar, rolar, sentar-se. Locomover-se para a criança é uma conquista extraordinária.

Quando começa a andar, a criança adquire a sensação de liberdade e de poder. Isso é fascinante para o ser humano em qualquer fase de sua vida. Por isso, exigir que uma criança que aprende a andar fique quieta é tirar-lhe elementos preciosos: liberdade e poder.

 (3-6 anos)

Andar é extraordinário para a criança, ela se encanta com a movimentação. O exercício de andar somado ao amadurecimento do sistema nervoso lhe permite alcançar o estágio de saltar, pular, correr, etc.

Quando a criança está andando e mexendo em tudo o que puder, está aperfeiçoando seus movimentos. É o início da adequação de gestos.

Jogos e brincadeiras ajudam a criança a se expressar e desenvolver suas potencialidades de linguagem e habilidades manuais.

Experiências válidas para as crianças desta idade compreendem gestos, ritmos corporais, deslocamentos espaciais sem ajuda (pular para o lado, etc)

(4-6 anos)

O repertório de gestos instrumentais torna-se progressivo e preciso. O ato de recortar, colar ou encaixar se aperfeiçoa. Nesta fase há uma maior tendência lúdica em transformar objetos e gestos em outras coisas e direções: uma tesoura vira um avião, um cabo de vassoura vira uma espada ou um cavalo. O controle motor aumenta, e com ele a capacidade de permanecer maior tempo numa mesma posição.

Brincadeiras de “faz de conta” que se utilizam de expressões corporais possuem significados relevantes para as crianças. (correr como um rio; voar como um passarinho; balançar como uma árvore)

Experiências válidas para essas crianças compreendem atividades interligadas a instrumentos que permitem movimento, linguagem expressiva, participação em jogos, brincadeiras que evolvam tempo, movimentos e regras onde surjam habilidades motoras e sensoriais diversas. Sendo sempre encorajada a superar-se e ser valorizada em seus progressos por mínimos que sejam.

 

A CRINÇA NA PRIMEIRA INFANCIA E PURO MOVIMENTO.

 

 

O DESENVOLVIMENTO INFANTIL ACONTECE EM 3 GRANDES ÁREAS

Área motora (equilíbrio, andar, falar, correr, pular, coordenação motora)

Área cognitiva (capacidade de compreensão do mundo e de como atuar nele, por meio da linguagem ou por meio da resolução de situações problemas) - 

Área afetiva (desenvolvimento do equilíbrio pessoal; a relação interpessoal e inserção social)

 

O aprendizado na vida da criança depende da forma como essa criança é apresentada ao objeto de aprendizagem ou como é estimulada a realizar uma tarefa. Por isso o aprendizado ocorre de diversas maneiras.

1-      Aprendizagem por objetos ( exploração e experimentação) a criança explora, experimenta, assimila as relações dos objetos ou das coisas com as situações e se adapta.

2-      Aprendizagem pelas situações ( rotina da manhã ou de um passeio )

3-      Aprendizagem pelas  consequências ( um sorriso um abraço que premiam uma ação, ou uma cara feia, um palavra de aborrecimento reprovando uma ação).    Obs.: se somos inflexíveis na negociação de limites, estamos ensinando a criança a ser inflexível, tornado a incapaz de compreender que pode haver diferentes soluções para as situações). Não se deve tirar o afeto como forma de castigo e nem ridicularizar a criança.

4-      Aprendizagem pela imitação.

5-      Aprendizagem pelas influencias que recebe das pessoas que tem papel de destaque em seu processo de aprendizagem. Admitir a participação da criança, estimulando seu desenvolvimento para que faça algumas coisas sozinhas, possibilita um avanço nas suas capacidades, a partir do que ela já sabe...  (andaimes)

 

 

FONTES DE CONHECIMENTO:

As BRINCADEIRAS têm papel de destaque na aprendizagem. Por meio delas a criança vivencia papéis e situações, desenvolvendo a imaginação, afetividade, competências cognitivas e interativas, dando significado a sua realidade. Ao brincar a criança constrói seu mundo, trabalha conflitos, e dá indícios de seus sentimentos como alegria e tristeza.

Por meio dos brinquedos a criança explora o lúdico: o que estimula a expressão livre, desenvolve a linguagem e incentiva o relacionamento social.

Os jogos nos quais as regras aparecem pela primeira vez devem ser simples, porém obedecidos. A aprendizagem junto ao respeito as regras irão valorizar as participação e formação.

Exemplo de atividade lúdica: pular corda (a criança aprende a conhecer a relação tempo-espaço, percebendo a hora de entrar no jogo, o tempo de pular, associado ao espaço que é compreendido pelo som da corda o chão delimitado onde e quando ela pode pular).

Precisamos oferecer oportunidades para que a criança explore, aprenda e brinque. A brincadeira é o maior veículo de aprendizado. Nada precisa ser muito fácil e nem difícil, mas precisamos garantir que as experiências, interações e brincadeiras sejam equilibradas entre coisas fáceis de dominar e algumas coisas mais difíceis de fazer. Nenhuma tela de computador ou celular vai apresentar a ela a brisa do verão, a fragrância das flores...aprender no mundo real é primordial para uma experiência positiva e formativa

Brincar e Jogar potencializa o desenvolvimento integral (afetivo, motor, cognitivo, espiritual).

Incorpora valores morais e culturais (autoestima, autoconhecimento, cooperação, criatividade, criticidade, provocando pensamento reflexivo)

Brincar é fundamental para formar o cidadão: é a forma lúdica de simular a vida, o saber viver.

O brincar favorece o desenvolvimento afetivo e social, o que facilita a nossa convivência em sociedade.

Trabalhar com jogos, brinquedos e brincadeiras é mais do que aplicar regras e conhecer fases do desenvolvimento da criança, é revisitar valores e estabelecer novos conceitos.

A criança precisa interagir com os brinquedos e brincadeiras, não sendo um mero expectador de um mundo cheio de brinquedos que muitas vezes não pode tocá-los, explora-los, desmonta-los e quem sabe dar-lhes outras formas.

O brincar traz para a criança uma nova noção do que é realidade, no sentido que ela tem para transformá-la. O mundo dos adultos é complexo e pode ser muitas vezes imutável. O mundo da criança é diferente, porque para ela tudo é fantasia e fácil de ser modificado sem imposição a sua maneira de pensar.

Segundo Vygotsky[1] ao brincar, a criança tem uma consciência em relação à realidade, e tem a intenção de transformá-la a partir da imaginação que vai além de seu comportamento diário.

Aprender brincando! 25 coisas que os pequenos aprendem enquanto brincam

1. Expressar os sentimentos e emoções

2. Imaginar, fantasiar e criar

3. Desenvolver a atenção, a concentração e a lógica

4. Dar sentido e representar o que vivencia e como vê o mundo

5. Organizar os pensamentos

6. Aprimorar o repertório oral, contribuindo com a aquisição da linguagem

7. Refletir e antecipar tomadas de decisões

8. Compreender e atuar de acordo com regras

9. Adquirir consciência corporal

10. Aprender sobre autocontrole

11. Conhecer seus limites e potencialidades

12. Aprimorar os movimentos refinados

13. Aprender sobre superação e sobre a importância de enfrentar obstáculos

14. Respeitar os outros e a si mesmo

15. Cooperar e compartilhar

16. Lidar com frustrações

17. Desenvolver a empatia e a resiliência(capacidade do indivíduo lidar com problemas, adaptar-se a mudanças, superar obstáculos)

18. Socializar

19. Negociar

20. Dividir tarefas e papéis

21. Experimentar modos diferentes de agir

22. Enfrentar medos

23. Aprender sobre o mundo social e sobre as emoções vivenciadas nas diferentes relações

24. Explorar a criatividade

25. Trabalhar a sensibilidade e a comunicação

 

A LITERATURA INFANTIL é outra importante fonte de conhecimento.

As crianças entre 1 e 2 anos prestam muito mais atenção aos gestos, expressões faciais e entonação dada a leitura pelo contador do que propriamente ao conteúdo.

A contação da história precisa ter ritmo, animação e entonação. As histórias precisam ser curtas e a utilização de visuais é importante.

Crianças entre 3 e 6 anos, prestam mais atenção e irão pedir para contar a mesma história várias vezes, é a fase do “conte outra vez”.

 

 

INTERAÇÕES SOCIAIS

 

A criança é entendida como um ser social, único e historicamente situado, que possui características particulares e diferenças específicas, sendo capaz de pensar, opinar, concordar ou não, construir seu conhecimento. Todas estas ações se desenvolvem a partir das relações e interações estabelecidas com outras crianças, com adultos e com o meio onde vivem e convivem, tornando-se protagonistas de sua história.

 

INTERAÇÕES COM OS PROFESSORES/AS

A função do educador é também garantir a expressão da criança, acolhendo suas emoções e necessidades, permitindo, assim, que ela estruture seu pensamento. Além disso, ele deve ser uma pessoa verdadeira,

que se relaciona afetivamente com a criança, criando condições para que ela questione, reflita etc. Dessa forma, na convivência cotidiana, o educador pode ser uma pessoa que transmite segurança para a criança, acolhendo suas emoções. O educador deve ser capaz de ouvir a criança, valorizando suas perguntas e produções, e de respeitar suas opiniões. Agindo assim, ele se torna um parceiro com quem a criança pode contar na exploração de um mundo grande, novo e muito interessante.

A ação do educador como mediador da relação que as crianças estabelecem entre si auxilia para que elas desenvolvam capacidades como tomadas de decisões, construção e apreensão de regras, cooperação, diálogo, solidariedade etc. Assim, o educador favorece o desenvolvimento de sentimentos de justiça e atitudes de cuidado que a criança passa a ter com ela própria e com as outras pessoas.

O educador, quando considera a criança como um ser ativo em seu processo de desenvolvimento, faz a mediação entre ela e seu meio, podendo utilizar inúmeros recursos como o próprio espaço físico do CEI, materiais, brinquedos, atividades plásticas etc. Mas é fundamental o modo pelo qual o educador se relaciona com a criança: como a observa, a apoia, dá respostas, explica os acontecimentos e as regras, a questiona. Em outras palavras, o educador deve interagir com a criança, sendo um facilitador, interventor, problematizador e propositor, levando em conta suas reações e encorajando e incentivando seus modos de brincar e de compreender o mundo. Assim, educador e crianças juntos poderão se transformar e descobrir diferentes modos de se relacionar.

Quando o educador compartilha uma brincadeira ou jogo com a criança, ele pode ajudá-la a enfrentar eventuais insucessos, estimular seu raciocínio, sua criatividade, reflexão, autonomia etc.

Isto quer dizer que, quando o educador tem intenção de brincar junto com a criança, ele pode criar diversas situações que estimulem o seu desenvolvimento, como a inteligência, a afetividade etc.

 

INTERAÇÕES COM OUTRAS CRIANÇAS

 

Quando a criança brinca com outra criança, ela age de maneira cooperativa, faz imitações, disputa objetos, briga. Estes são momentos de intenso desenvolvimento: os companheiros de mesma idade despertam interesse e possibilitam percepções sobre as diversidades (maneiras de lidar com as mais variadas situações, gênero, raça/etnia etc.). Além disso, este tipo de interação possibilita que a criança compartilhe com outra criança suas dúvidas, expresse suas emoções e fale de suas descobertas, tornando todas estas em situações de aprendizagem.

Estes momentos de interação podem ser estimulados quando o educador cria situações nas quais os grupos são privilegiados. Ou seja, propor às crianças explorações em duplas ou trios, projetos em grupo de quatro ou mais crianças etc. Por exemplo, desenvolver em grupo um teatro de fantoches permite à criança negociar o tema da história, expressando suas emoções e desejos sem usar a agressividade. Quando isto ocorre, a criança está aprendendo a elaborar planos coletivos, negociar, dividir e compartilhar. Ela desenvolve também o sentimento de pertencer a um determinado grupo.

 

Este tipo de interaçao em grupo auxilia a criança a controlar seus impulsos, pois ela deve apreender algumas regras, comportar-se de maneira cooperativa, tentar compreender as outras crianças. Além disso, a criança se enriquece  por compartilhar diferentes experiências e situações: ela tem a oportunidade de expressão e de contato com vivências distintas da sua própria.

FAMÍLIA

Professor e escola devem estabelecer relações de parceria com a família, para que a criança tenha o sentimento de pertencimento aos dois grupos: familiar e escolar.

Nas relações entre a família e a escola, as aproximações explicitam conflitos e requerem negociações que considerem os sentimentos que vão surgindo. Para resolver os conflitos, é necessário buscar, no diálogo, uma definição cada vez mais clara do papel e das funções de cada parte. Para promover maior diálogo com as famílias, é necessário “desacomodar” nossos sistemas de crenças e valores. Isso exige disponibilidade para ouvir sem julgamentos prévios e, ao mesmo tempo, um exercício de objetividade para explicar o trabalho que é feito.

 

Ao prepararmos uma reunião, é importante encontrar meios de fazer com que os pais se sintam bem recebidos. Quando os chamamos para apontar o que devem ou não devem fazer, eles acabam deixando de comparecer, a menos que sejam obrigados. É mais interessante quando os chamamos para informar a respeito do projeto pedagógico ou para debater um tema específico. Nessas ocasiões, aqueles que estiverem mais motivados e interessados certamente mudarão de postura em relação à escola e a seus profissionais.

Podemos investigar, entre os familiares, aqueles que têm habilidades especiais, como saber tocar um instrumento, ser um bom contador de histórias, saber lidar com marcenaria e com pintura, ter dotes culinários, jardinagem etc. e convidá-los para ir à escola desenvolver essas atividades com as crianças. Essa é uma forma de participação que contribui para que a família passe a conhecer um pouco mais o cotidiano escolar, principalmente, para que as crianças participem da integração entre suas famílias e sua escola.

 

CULTURA LÚDICA

A cultura lúdica torna-se uma referência para o brincar. O brincar parte da realidade imediata da criança, que pressupõe os brinquedos que estão ao seu alcance ou qualquer objeto que possa ser ressignificado (uma caixa vazia pode se transformar em um carrinho, por exemplo). É brincando que a criança constrói sua cultura lúdica; são as suas experiências lúdicas, iniciadas pelas primeiras brincadeiras do bebê, que irão constituir esse universo cultural lúdico. E mergulhada nesse universo, a criança constitui e é constituída por essa cultura através de suas brincadeiras e jogos.

Há muitos benefícios nas atividades lúdicas, tanto pela dimensão da diversão e prazer, como um fim em si mesmo, quanto pela dimensão da aprendizagem, como recurso pedagógico. Através dos jogos e brincadeiras, desenvolvemos inúmeras habilidades; também vivenciamos o ambiente e a cultura em que estamos inseridos. É jogando e brincando que as crianças incorporam e/ou questionam as regras e os papéis sociais que são a ela apresentados.

O jogo simbólico, também chamado de faz-de-conta, caracteriza-se por recriar a realidade e utiliza sistemas simbólicos, ele estimula a imaginação e a fantasia da criança e favorece a interpretação e ressignificação do mundo real. Tem sido objeto de estudo de diversos autores como fundamental para o desenvolvimento, promove a interação com o outro e possibilita a expressão das emoções e percepções vivenciadas na relação que a criança estabelece com o mundo real. Essa atividade estimula o desenvolvimento psicomotor, cognitivo, emocional, social e cultural das crianças. Piaget valoriza a contribuição do jogo simbólico para o desenvolvimento cognitivo e afetivo-emocional. Já Vygotsky, enfatiza a relação social proporcionada por essa atividade.

Entre os mecanismos que devem permear a educação por meio das brincadeiras lúdicas é o incentivo a sociabilidade e a afetividade.

Brinquedos e brincadeiras são elementos que fazem parte da cultura lúdica e são parte integrante do universo infantil no qual a criança se insere e através do qual ela aprende e se desenvolve. Inserida nessa cultura (lúdica) a criança se socializa e cria sua rede de relacionamentos sociais do qual a família a escola e a igreja fazem parte.

Criatividade e inventividade são fundamentais a vida da criança, elas significam e ressignificam os objetos ao seu redor, podendo transformá-los.

 

================++++++=====================

QUANDO nascemos, entramos num mundo desconhecido. Tudo o que existe a princípio é o nosso instinto de sobrevivência, porque até então, só existe o nosso mundo (meu mundo). E nesse (meu mundo) eu preciso comer, me aquecer, ficar bem.  Toda a minha comunicação e interação está relacionada ao meu mundo. Mas aos poucos, a vida vai me apresentando uma realidade: eu não sou a única pessoa do mundo, e não existe apenas o meu mundo. Existem outras pessoas, existem relações a serem desenvolvidas com essas pessoas.

O brincar, que são gestos, expressões, ações prazerosas, (envolvendo ou nãos os brinquedos) me possibilitam perceber essa realidade (brincadeiras que associam o imaginário com o real), a aprender a crescer dentro dessa realidade E COMO AGIR nesta realidade.

A infância terá seus conflitos, e através das brincadeiras, jogos e demais atividades lúdicas eu tenho a possibilidade de aos poucos, deixar a fase egoísta que toda criança tem, para a compreensão da necessidade das relações e de como desenvolver essas relações.

Nenhum ser humano é sozinho no mundo. Somos seres coletivos, vivemos em meio ao coletivo, e as relações fazem parte de nossa vida, quer queiramos ou não. E é na infância, que podemos ter a oportunidade de aprender a conviver de forma saudável em nossas relações.

Vivemos em sociedade. Vivemos entre pessoas! E todas têm seu espaço e sua forma única de viver nesse espaço. Temos que aprender que existem limites.

Penso que esse é um dos maiores desafios do ser humano: aprender que existem limites! Muitos não aprendem direito!

 

E NA EDUCAÇÃO CRISTÃ.

O que é a educação cristã?

Nossa igreja entende a educação cristã como um processo que é dinâmico, está em movimento. Esse processo tem como objetivo a transformação, libertação e capacitação da pessoa.  A igreja entende que a educação cristã se dá na caminhada de fé, se desenvolve no confronto da realidade história com o reino de Deus, é comprometida com a missão de Deus no mundo, sob a ação do Espírito Santo que revela Jesus segunda as Escrituras.

A partir do entendimento que a Igreja Metodista tem sobre o que é educação cristã, podemos trazer para a realidade da criança que:

1-A educação cristã tem como objetivo preparar a criança para viver suas relações sob os valores do reino de Deus, e a partir dos ensinamentos da Palavra de Deus e do exemplo de Jesus, de compreender a missão de Deus, e o seu lugar(criança) nesta missão.  (sou criança e faço parte desta casa que é a casa de Deus).

2-A educação cristã para as crianças, precisa ser um processo dinâmico, que valoriza o dia a dia da criança, ou seja, a partir de suas vivências, suas histórias, seus relacionamentos, ela pode aprender a refletir, dialogar, partilhar, saber que pode falar, saber que será ouvida, compreender que as relações não são unilaterais, há sempre 1 ou mais pessoas envolvidas.

 

E ONDE ENTRA O “BRINCAR” NESSE PROCESSO?

-A importância do lúdico em sala de aula para a educação cristã.

(musica, dança, brincadeiras, dinâmicas, contação da história,...)

A partir do entendimento de como o brincar exerce influencia no desenvolvimento da criança podemos dizer  que as atividades compreendidas como atividades lúdicas em sala de aula, podem propiciar a criança:

-melhor apreensão do valores do reino de Deus – o que lhe ajudará a viver suas relações com Deus e com as pessoas.

-melhor compreensão e desenvolvimento de suas potencialidades para ser protagonista no seu envolvimento com a missão de Deus.

É IMPORTANTE OBSERVAR E SE APROVEITAR (NO B0M SENTIDO) DAS das características de cada fase (faixa etária) ou características da turma para trabalhar as atividades em sala de aula (respeitado as diferenças, trabalhando a motivação, .....)

É fundamental para quem trabalha com crianças, conhecer a sua turma, as características da faixa etária. Isso ajuda na forma como vou interagir com elas enquanto professor(a). (experiência da contação da história da travessia do mar vermelho)

Se a forma como estamos interagindo ou o que estamos oferecendo as crianças não estiver adequado a elas (faixa etária), elas vão dizer isso, com seus movimentos.

Levar em consideração os sentidos (visão, audição, olfato, tato, paladar) e/ou falta deles.

QUEREMOS DAR ALGUNS EXEMPLOS, PORQUE É IMPORTANTE SABER QUE AO TRATARMOS DO TEMA “BRINCAR”, PODE PARECER QUE VAMOS APENAS DIVERTIR AS CRIANÇAS OU DEIXA-LAS “BRINCANDO” PARA QUE APRENDAM SOZINHAS POR SI MESMAS.   A EDUCAÇÃO CRISTÃ SE DÁ NO COLETIVO, NA INTERAÇÃO. GOSTO MUITO DA EXPRESSÃO BÍBLICA “UNS AOS OUTROS” SEMPRE ENSINANDO  A VIVER OS VALORES DE DEUS NAS RELAÇÕES.

1)PALAVRA QUE ENSINA A AMAR – Estudo 2 (Nem tudo é meu) Há uma brincadeira comum de jogo de dados. Geralmente jogamos o dado e seguimos até o final, portanto, quanto maior o número que der nos dados, melhor pra mim, porque posso chegar primeiro e vencer o jogo. Mas a proposta é diferente, caso o número de dados seja os dois maiores (5,6) a criança vai doar os pontos para outra criança.  E mesmo as que chegarem ao final, continuarão jogando e doando seus pontos para que as demais cheguem também.  Esse é um princípio que procuramos preservar em nossas sugestões: a cooperação ao invés da competição. E desde pequenos precisamos aprender o valor do incentivo e da cooperação para que todos(todas) sejam bem-sucedidos.

2)mesma revista – Estudo20 (confiar o tempo todo) há uma brincadeira com quebra-cabeça para crianças de 4-6. uma parte é escondida. Elas devem montar o quebra cabeça (poucas peças) JUNTAS. MAS vai faltar uma peça. A partir da reação delas,  valorizar o trabalho em grupo e mostrar que  todos são importantes. Uma parte que falta, faz falta!

3) mesma revista – Estudo 22 (sinceridade é a melhor escolha) dinâmica: Quem sou eu? – escreve-se o nome de cada criança num papel. Cada uma retira um papel e escreve as características positivas desta criança. Quando todas terminarem, uma por vez irá ler as características que escreveu sem dizer o nome, as demais tentarão descobrir de qual criança se trata. Essa é uma atividade que ajuda a perceber o que há de bom na outra  pessoal, valorizando suas qualidades.

TELEFONE SEM FIO ( copos e barbantes ) só funciona se  um ouvir enquanto o outro falar.  – importância do ouvir.

ATIVIDADES QUE ENVONVEM O COLETIVO – Paciência, tolerância, humildade, amor, respeito...

ATIVIDADES QUE ENVOLVEM FAZER ALGO EM BENEFÍCIO DE OUTRAS PESSOAS – Solidariedade, desapego a objetos, olhar atencioso para outras pessoas (crianças a idosos)

ATIVIDADES QUE ENVOLVEM MISSÃO E ATUAÇÃO PROTAGONISTA NA COMUNIDADE – ações missionárias na igreja e vizinhança.

ATIVIDADES QUE ENSINAM COMO TRATAR AS PESSOAS – ouvir com atenção, respeito,

ATIVIDADES QUE ENSINAM A REFLETIR SOBRE AS ATITUDES DAS PESSOAS (COMO JESUS E OUTRAS PESSOAS NA BÍBLIA)

ATIVIDADES QUE FAVORECEM A EXPRESSÃO SEM JULGAMENTOS

ATIVIDADES QUE FAVORECEM O COMPROMISSO COM O MEIO AMBIENTE, COM A INCLUSÃO SOCIAL, CONTRA O PRECONCEITO...

ATIVIDADES QUE ENSINAM A MANUSEAR A BÍBLÍA.

ATIVIDADES QUE AJUDAM A REVISAR E ASSIMILAR A HISTÓRIA BÍBLICA E SEU ENSINAMENTO

 

PROFESSORES PRECISAM ACOMPANHAR/OBSERVAR SEUS ALUNOS, TER UMA ATITUDE LÚDICA... E NÃO SE AFASTAR DAS CRIANÇAS QUANDO ELAS ESTÃO BRINCANDO.

 

 

Abordagem Cognitivista ou Construtivismo Interacionista

Um dos principais representantes dessa abordagem é o filósofo, biólogo e psicólogo suíço Jean Piaget. Sua maior preocupação era estudar o processo e a natureza do conhecimento humano, isto é, como ocorre a cognição (aquisição de um conhecimento; percepção).

Assim, o ensino está centrado no aluno e na aprendizagem, mais especificamente na maneira como o indivíduo constrói o conhecimento. Essa construção se dá através da interação do indivíduo com o meio, a partir de suas estruturas cognitivas. Segundo Faria (1989, p. 21) o construtivismo (com base nas ideias de Piaget) pressupõe que a criança passa por diferentes estágios de desenvolvimento mental:

 

0 a 2 anos – Estágio sensório-motor: a criança aprende principalmente por meio de ações motoras como pegar, colocar objetos na boca, movimentar-se, etc.

 

2 a 7 anos – Estágio pré-operacional: a fala tem um desenvolvimento extraordinário nessa fase, também conhecida como estágio simbólico; é quando a criança é capaz de representar a realidade por meio de símbolos (linguagem, imagens mentais, gestos, etc.).

 

7 a 12 anos – Estágio operatório-concreto: a criança consegue raciocinar logicamente e compreender relações de causa e efeito. Também é capaz de prever situações e desenvolve noções de conservação de substâncias, peso e volume. Contudo, seu raciocínio ainda está ligado a fatores concretos.

12 anos em diante – Estágio lógico-formal: somente agora a criança consegue, de

fato, “pensar sobre o pensamento”, isto é, raciocinar sobre questões e conceitos

abstratos.

3.5 – Abordagem Sociointeracionista

Como o próprio nome diz, nessa abordagem o ensino está centrado nas interações sociais. Um de seus principais representantes é Lev S. Vygotsky (1896–1934). Segundo Marta Kohl (In: La Taille, 1992, p. 78), os pontos fundamentais do pensamento de Vygotsky são:

O fundamento sócio-histórico do funcionamento psicológico do homem; A importância dos processos de mediação; A ideia de que a organização dos processos psicológicos é dinâmica e que as conexões interfuncionais não são permanentes.

A mesma autora afirma que a ideia central de Vygotsky é a de que as funções psicológicas superiores (ações conscientes e controladas, intenções e processos voluntários) são mediadas por sistemas simbólicos,  especialmente a linguagem (Kohl, in: La Taille, 1992, p. 80).

O ponto fundamental do Sociointeracionismo é o conceito de zona de desenvolvimento

proximal, que é a distância existente entre o que o aluno já sabe e o que ele tem potencial para aprender. O conhecimento real é aquilo que o aluno é capaz de fazer sozinho e o conhecimento potencial é aquilo que consegue fazer com a ajuda de outras pessoas.

O objetivo do ensino é partir daquilo que o aluno já sabe (conhecimento real) e criar condições para que seu conhecimento se amplie, de acordo com suas potencialidades.

A aprendizagem é algo que ocorre por meio da interação com outras pessoas, sejam professores, pais, colegas, etc. O papel do professor é ampliar os conhecimentos do estudante, visando a sua integração histórica e social. Sendo assim, o professor tem um papel ativo, sistematizando conhecimentos, atuando de maneira direta na zona de desenvolvimento proximal. O processo de ensino e aprendizagem baseia-se na reflexão sobre a realidade, que deve ser feita de maneira crítica e autônoma.



[1] O psicólogo bielo-russo Lev Vygotsky (1896-1934) morreu há mais de 70 anos, mas sua obra ainda está em pleno processo de descoberta e debate em vários pontos do mundo, incluindo o Brasil. "Ele foi um pensador complexo e tocou em muitos pontos nevrálgicos da pedagogia contemporânea", diz Teresa Rego, professora da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo....A parte mais conhecida da extensa obra produzida por Vygotsky em seu curto tempo de vida converge para o tema da criação da cultura. Aos educadores interessa em particular os estudos sobre desenvolvimento intelectual. Vygotsky atribuía um papel preponderante às relações sociais nesse processo, tanto que a corrente pedagógica que se originou de seu pensamento é chamada de socioconstrutivismo ou sociointeracionismo.

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário